DIALÉTICA
Eu preciso ser
a reta ao fim de uma infinidade de pigmentos.
A realidade vencendo armadilhas de um sonho inconsistente.
A sapiência elevada em cima dos incultos.
Eu preciso ser
a ação antes de uma sucessão de pensamentos.
O tempo infinito contrapondo-se ao cada instante.
O sussurro que diz contra o grito dos sôfregos.
Eu preciso ser
o sorriso como sepulcro dos espasmos de lamentos.
O alívio que apaga o grito e a dor do descontente.
A imagem luminosa que ofusca os vultos insinuados.
Eu preciso ser
o tempo completo ante o diminuto dos momentos.
O quadro definitivo sobre a pincelada delirante.
A quietude da paz ante o estrondo dos ruídos.
Eu preciso ser
a alegria maior que o maior dos descontentamentos.
A vitória sobre a derrota do inconseqüente.
O todo do tempo como síntese de todos.
Eu preciso ser uma metamorfose.
Rubem Dornas
2 comentários:
Mandou bem Pai!
Boa, Raul Seixas cruzou algum filósofo, e deu nisso...
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