Tereza Cristina Fraga - Nublando
Acordei!
A casa estava quente como o meu corpo.Entre olhos sonolentos,
O corpo arrepiado,
Transformou a superfície lisa em leves ondas.
Todos os músculos foram esticados.
Cada fibra estendida ao extremo.
A boca abriu-se...
Na frente o espelho revelava a silhueta,
Que dengosa percebeu suas formas
delicadasNas curvas acentuadas. Sorri...
O tempo nublado percorreu e penetrou no aposento.
Intrometido!
Transformou a quietude com o suave
zumbir dos ventos.
Trocou a cor pálida das paredes.Deu vontade de cobrir, ficar encolhida, quieta.
Era hora da partida que não pode deixar para amanhã o adeus de todos os dias.
Deixei que os minutos passassem, não fiz questão de segurá-los.
Que o tempo nublado chegasse, penetrasse todos os meus poros
Que as horas permitissem aos minutos serem donos do tempo.
No peito arfante os dois elementos se
misturaram, nublando
Meus pensamentos.
Fizeram do corpo moradia.
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