Poema =
Valeria Braga
Imprimo no poema as minhas
letras tatuadas,
letras
vadias,
andarilhas,
ciganas
sem baralhos.
Imprimo
a letra da poesia por dentro do ventre
e
dentro das gavetas, à chave.
Do
poema, apenas imploro um olhar cheio de desejo,
que
já sou lua
ou
nem sei quem sou.
Pássaro
colorido o poema que voa
por
sobre os céus da minha cabeça,
por sobre
o céu da minha boca.
E lá
vou eu, mastigando as letras,
mastigando
a palavra que nunca te disse,
passando
a língua molhada em cada verso
de
amor ou tristeza,
engolindo
cada sílaba
omo
se sorve bebida, homem,
flor
ou criança.
Bandida,
a poesia
ue
dorme e acorda morta de sono
e não
me deixa dormir
e não
me deixa viver
e não
me deixa.
Vem o
poema e aperta o gatilho
e me
fere no peito e me mata,
e me
deixa mais tonta,
mais
louca que sou.
E te
aceito assim, te quero assim,
poema
de todas as formas
como
bicho, vida, sol e chão.
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