Ausência - Regina Gouveia
Hoje não estou para ninguém.
Se alguém telefonar,
nem que seja algum ministro,
(como se fosse vulgar
algum ministro ligar...)
digam só que eu não existo,
ou então fui viajar,
que ando à deriva no espaço,
que estou morta de cansaço.
Sentada no meu terraço,
hoje não estou para ninguém.
Quero ver o pôr do sol,
mais logo, ao entardecer,
quero ver Vénus nascer
e a lua desabrochar.
Quero dormir ao luar,
é noite de lua cheia.
Quero ter como lençol
este céu que me rodeia,
um céu de estrelas pejado.
Quero ver a estrela polar,
Marte, Júpiter, Dragão
Cassiopeia, Leão,
quero ver estrelas cadentes,
correndo no céu estrelado
brilhando, muito luzentes.
Quero sonhar com pulsares
com galáxias, quasares,
e à luz das constelações
embriagar-me de amor.
Quero esquecer meus pesares
e todo este amargor
que por dentro me consome
ao pensar que ainda há um ror,
são oitocentos milhões,
de gente que passa fome.
Hoje não estou para ninguém.
Se alguém telefonar,
nem que seja algum ministro,
(como se fosse vulgar
algum ministro ligar...)
digam só que eu não existo,
ou então fui viajar,
que ando à deriva no espaço,
que estou morta de cansaço.
Sentada no meu terraço,
hoje não estou para ninguém.
Quero ver o pôr do sol,
mais logo, ao entardecer,
quero ver Vénus nascer
e a lua desabrochar.
Quero dormir ao luar,
é noite de lua cheia.
Quero ter como lençol
este céu que me rodeia,
um céu de estrelas pejado.
Quero ver a estrela polar,
Marte, Júpiter, Dragão
Cassiopeia, Leão,
quero ver estrelas cadentes,
correndo no céu estrelado
brilhando, muito luzentes.
Quero sonhar com pulsares
com galáxias, quasares,
e à luz das constelações
embriagar-me de amor.
Quero esquecer meus pesares
e todo este amargor
que por dentro me consome
ao pensar que ainda há um ror,
são oitocentos milhões,
de gente que passa fome.
Leia mais em: www.jornaldepoesia
Nenhum comentário:
Postar um comentário