
Natércia Freire
Poema
Nada tive que era meu.
Perdi estradas, perdi leito.
Na pedra aonde me deito
Nada fala de alvos linhos.
Se com cegos me aventuro,
a caminho rente aos muros,
é que meus olhos impuros
sonham Cristos nos caminhos.
Nada tive que era meu
e o corpo não quero eu.
Podia servir de embalo,
mas serve de sepultura.
Cemitério de asas finas,
tange e plange aladas crinas,
canto de praias sulinas
de infinitas amarguras ...
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